Despertar a atenção do aluno e aguçá-lo a conhecer mais a Palavra
Por Susana Benedito Cirqueira
A atualidade da mensagem bíblica
Juvenis
“Ah, Essa história de novo?”. Ou: “Eu já conheço esse assunto!”.
Frases como essas certamente trazem preocupação aos professores. Mas o
que fazer para que nossas aulas tragam conhecimento e experiências novas
que marquem a vida de nossos alunos?
Despertar a atenção do aluno e aguçá-lo a conhecer mais a Palavra são
algumas das tarefas do bom educador cristão. Mas aí temos a pergunta que
não quer calar: A Bíblia tem a resposta para tudo? Escrita há tanto
tempo, ela se adéqua à realidade que vivemos hoje? Como fazer abrochar
no coração do aluno o amor e submissão à Palavra? Desenvolver essa fé e
conscientizar esses juvenis sobre a importância da Palavra de Deus
requer empenho do ensinador.
Os nossos alunos não usufruirão das promessas bíblicas para os seus
dias se não forem levados ao conhecimento profundo de Deus e do Seu amor
explícitos em Sua Palavra. Professores que preparam suas aulas de
maneira superfi cial e improvisada levarão aos seus ouvintes aulas de
conteúdo duvidoso e inadequado. E acabarão por não produzir o resultado
esperado: crianças e adolescentes transformados pela Palavra.
A mensagem bíblica e o professor
Costumo dizer que não fomos chamados para sermos contadores de
histórias bíblicas!Deus nos chamou para lançarmos mão da Sua Palavra e a
aplicarmos à vida de nossos alunos de maneira que produza transformação
de caráter e, consequentemente, mudança de atitudes.
Em toda a Bíblia, Deus tem propósitos e não é somente nos fazer
conhecedores dos fatos verídicos ocorridos em um passado tão distante,
mas nos revelar conhecimentos importantes e orientações valiosas para
uma vida cristã vitoriosa.
Mas atenção, professor, essas preciosidades serão reveladas somente
àqueles que se dispõe a cavoucar a Palavra! É por meio de um estudo
minucioso, e não numa leitura superficial, que Deus nos revela
conhecimentos e coloca à nossa disposição sabedorias que, se
apresentadas aos nossos alunos, atingirão seus corações e suas vidas de
maneira específica, proporcionando-lhes experiências inesquecíveis.
Todos nós ansiamos por ouvir a voz de Deus e receber uma direção.
Quando estamos na igreja cultuando ou na ED aprendendo a Palavra
esperamos que nosso coração receba a resposta e orientação ansiadas.
A Bíblia é sua vida hoje!
Quando lemos na Bíblia a história da filha de Jairo perguntamos: O que
posso retirar desse texto para minha vida com Deus? E ao analisarmos os
acontecimentos vemos um chefe de Sinagoga desesperado, que não se
preocupou com seu cargo importante, com o que falariam dele e
prostrou-se aos pés daquele que tinha a solução para seu problema.
E então pensamos: “O que está me impedindo de ir aos pés de Jesus? Deus
quer que levemos nossos problemas a Ele com fé e é exatamente isso que
vou fazer!”. Amados, isso é a Bíblia sendo atual em sua vida!
Quando olhamos para a história de Neemias e vemos todos os seus
inimigos, todos os levantes que se colocaram para impedi-lo de realizar
uma grande obra, pensamos: “Não importa o que aconteça, vou fazer a
vontade de Deus! Vou realizar uma grande obra para o meu Deus!”. Olha a
Bíblia sendo atual em sua vida novamente!
A atualidade da Palavra está na disposição daquele que a lê, que a ouve
e aplica seus conteúdos à sua vida tomando como exemplo as atitudes,
escolhas e experiências dos personagens dos relatos bíblicos. Está em
seguir as orientações divinas encontradas com abundância nas páginas das
Escrituras Sagradas.
Um livro tão complexo e ao mesmo tempo simples e acessível, cheio de
relatos e culturas diferentes, mas tão apropriado ao dia a dia,
exortador e ao mesmo tempo tão acolhedor, fala de outras pessoas
enquanto trata da nossa própria vida, como se soubesse dos nossos
segredos mais ocultos. Assim é a Bíblia.
Adolescestes
O relacionamento entre o crente e o mundo
A palavra “relacionamento” vem do latim relatio, que significa
“restauração, ato de trazer de volta; ato ou efeito de relacionar”. E
possui ainda significados como: amizade, intimidade, travar
relacionamento com alguém. O sentido de “estabelecer uma ligação entre
pessoas” é do século XVIII.
Pelos significados da palavra, já entendemos a impossibilidade de algum
tipo de relacionamento entre o cristão e o mundo em que vivemos.
É claro que, enquanto neste mundo, o crente acaba convivendo com suas
dinâmicas e se adéqua de maneira a não criar atritos e ferir seus
princípios.
A Bíblia nos exorta sobre o perigo dessa convivência e nos adverte
sobre a precaução necessária para não nos ferirmos na caminhada.
O mundo fere a nossa fé em Deus
A Palavra nos ensina a vencer as filosofias desse mundo que querem
destruir a nossa fé no Deus verdadeiro. Desde cedo as nossas crianças
ficam expostas a teorias criadas por Satanás para deturpar as verdades
bíblicas, ataques que só aumentam com os anos, com o intuito de colocar
questionamentos no coração dos nossos adolescentes.
Dúvidas sobre a divindade de Deus, a veracidade da Palavra, a salvação e
a vida eterna são algumas das setas que o inimigo tem atirado sobre
nossos alunos para que percam a intimidade com Deus e vivam fora dos
parâmetros bíblicos.
Teorias como da Evolução, que contrariam a criação de Deus, ensinos
sobre a bondade humana como requisito para alcançar a salvação, mentiras
sobre a inexistência do inferno e a banalização dos conceitos “certo” e
“errado” contrariam o que a Bíblia ensina.
Livros, filmes, programas de TV e brincadeiras que zombam da fé cristã
colocam armadilhas diante dos nossos adolescentes para afastá-los de
Deus. A Bíblia nos exorta em 2 Coríntios 2.11 sobre os ardis de Satanás e
o quanto ele trabalha para nos destruir, a fim de que não sejamos
derrotados por ele (1 Pedro 5.8).
O mundo fere o nosso caráter
O que revela o nosso caráter para o mundo são as atitudes e escolhas do
cotidiano. No trabalho, na escola, na igreja ou em qualquer outro
lugar, somos revelados pelas nossas ações.
A busca pela aceitação do grupo, o desejo desenfreado de sobressair, a
pressão para provarem que são capazes impulsionam nossos adolescentes
ao comportamento reprovado pelas Escrituras Sagradas. O uso de drogas, a
pornografia, sexo fora do casamento, rebeldia,
materialismo, enfim, tantas ciladas com um único objetivo: desviarmos dos planos maravilhosos de Deus!
E é nesse relacionamento perigoso que muitos adolescentes sem
orientação se perdem e escrevem um caminho de dores para suas próprias
vidas. Escolhas erradas, amigos errados, caminhos de pecado levam-no
para mais longe de Deus.
O mundo fere a nossa família
Quando o adolescente cristão se deixa envolver com este mundo e passa a
pautar sua vida pelos parâmetros estabelecidos por essa geração
pecaminosa termina por expor seu coração à rebeldia e desafeto, tornando
o ambiente familiar conflituoso.
A desobediência aos pais e o desprezo pelas regras geram a desunião da
família e o sofrimento dos entes queridos, mas infelizmente o
adolescente muitas vezes não percebe o que está fazendo até que a
situação se torna insustentável.
É nessa hora que o desejo de explorar o mundo, a diversão, a “galera”
ocupam o primeiro lugar no coração do jovem e o cega para as coisas
verdadeiramente importantes.
Como na parábola do filho pródigo, alguns abrem mão do precioso
convívio com a família em busca de aventuras e prazer e acabam
encontrando somente tristeza e decepção. É nesse envolvimento com o
mundo e o que nele há que muitos machucam o coração dos familiares e
levam angústia e preocupação àqueles que se importam conosco de verdade
(1 João 2.15-17).
O mundo fere a nossa comunhão com Deus
Em Gálatas 5.16-25, Paulo é muito claro em nos explicar sobre os
perigos de cedermos às vontades da nossa carne e como elas se diferem do
fruto do Espírito.
Quando cedemos à tentação e nos envolvemos com as coisas vis deste
mundo criamos um abismo entre nós e o nosso Deus. Nunca devemos
subestimar o poder do inimigo brincando com o pecado, mas devemos nos
revestir das armas que Deus nos deixou para termos vitória sobre o
destruidor (Ef 6.10-17).
A firme decisão de nos colocarmos ao lado do Senhor para servi-lo e
adorá-lo certamente nos separará deste mundo. Não há possibilidades de
relacionamento com os dois, pois, ou somos cristãos verdadeiros,
sujeitando-nos a Deus e fugindo do mal (Tiago 4.7) ou nos inclinamos à
carne.
Em Romanos 8, a partir do versículo 5, vemos o perigo da inclinação ao
pecado. Quando a carne sobressai em nossas vidas interfere de maneira
direta em nossa vida espiritual impedindo a nossa adequação às Leis de
Deus e consequentemente de agradá-lo.
Susana dos Santos Cirqueira é pedagoga,
Coordenadora Geral do Departamento Infantil “Crescendo em Cristo”,
Professora de Evangelização Infantil da Escola de Missões das
Assembleias de Deus (EMAD) e Coordenadora do Curso de Ensino para
Professores Evangelistas de Crianças (Cepec)
Ensinador Cristão, Número 53, Ano 14, 2012, Página 18, CPAD.
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